FRENCH, John D. “O ABC dos Operários”.
Carlos Alberto Nogueira Diniz
Universidade Estadual de Londrina
São Paulo/ São Caetano do Sul; Hucitec/ Prefeitura de São Caetano do Sul, 1995.
Antes da construção da ferrovia do café a região conhecida hoje como ABC, sinônimo de ampla industrialização eram apenas pequenos vilarejos nutridos por economias de subsistência e pequenas olarias. Com a ferrovia no final do século XIX começou a mudar esse quadro e posteriormente se instalaram duas grandes fabricas têxtil gerando a partir deste momento constante industrialização na região do ABC. Inicialmente as relações entre empregados e patrões se davam de maneira tênue já que grande parte dos operários era composta de imigrantes e tinham a mesma nacionalidade o mesmo muitas vezes acontecia com os patrões. Pequenas oficinas e relações não bem definidas, o que dificultava a identificação destes enquanto classe operária. Haviam poucos operários qualificados e isso propiciava uma intensa procura por mão-de-obra qualificada. A partir de 1901 as empresas passaram a investir em tecnologia e desta forma diminuiu o poder de barganha de alguns empregados. Muitos operários decidiram que tinham que lutar coletivamente pelos seus direitos, mesmo que a relação capital/trabalho neste momento fosse patrão / individuo. Em 1905 Leuenroth funda o primeiro de uma série de jornais operários, “Terra Livre” de tendência anarquista e posteriormente junto com seus companheiros radicais constituem a Federação Operaria de São Paulo (FOSP). As reivindicações da classe operária eram vistas pelos patrões e classes politcas dirigentes como “caso de policia”. Não existia dialogo, os patrões viam as relações com os empregados de maneira individual, portanto os operários não podiam impedir seus companheiros de trabalhar. Os radicais anarquistas só conseguiam penetração na classe operária nos momentos de maior repressão, já que nesses momentos o “discurso anarquista” de uma união