Frei Luis de Sousa ; Espaço
Frei Luís de Sousa
Espaço Físico, Psicológico e Social
Espaço Físico
Acto I
“Câmera antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa dos princípios do século dezassete. Porcelanas, jarrões, sedas, flores, etc. No fundo, duas grandes janelas rasgadas, dando para um eirado que olha sobre o
Tejo e donde se vê toda Lisboa; entre as janelas o retrato, em corpo inteiro, de um cavaleiro moço, vestido de preto, com a cruz branca de noviço de S. João de Jerusalém. Em frente e para a boca da cena um bufete pequeno, coberto de rico pano de veludo verde franjado de prata; sobre o bufete alguns livros, obras de tapeçaria meias feitas e um vaso da China de colo alto, com flores.
Algumas cadeiras antigas, tamboretes rasos, contadores. Da direita do espectador, porta de comunicação para o interior da casa, outra da esquerda para o exterior. É no fim da tarde.”
Acto I
-A acção desenrola-se numa das salas do palácio de Manuel de Sousa
Coutinho. Naquele espaço predomina o luxo e a elegância.
-É de salientar o colorido, símbolo de alegria e felicidade, transmitido pelas porcelanas, pelos xarões, pelas flores e pelas tapeçarias.
-As janelas estabelecem um contacto entre o interior e o exterior e possibilitam a visualização de um plano amplo, onde se recorta o Tejo e
"toda Lisboa". -O retrato de Manuel de Sousa Coutinho, vestido com o traje dos cavaleiros de Malta, origina a associação metonímica ao seu próprio palácio Acto I
-É igualmente relevante a referência às portas de comunicação para o interior e para o exterior do aposento que representam a mobilidade e a autonomia das personagens que será progressivamente negada com a evolução dos acontecimentos.
-Finalmente, ainda na linha da leitura simbólica, é de salientar as "obras de tapeçaria meias feitas", pois a felicidade paradisíaca que esta peça decorativa representa não assume um carácter de completude e a trama da tapeçaria