Francisco Tosi Colombina e o Legado da Engenharia Militar: erudição e tradição na cartografia setecentista
Engenharia Militar: erudição e tradição na cartografia setecentista1
Stephanie Laila Pires Souza
Resumo
No século XVIII, as políticas portuguesas para seus territórios na América do Sul exigiram um efetivo conhecimento das terras em questão, a fim de garantir o controle e a consolidação do seu domínio. Neste contexto, o engenheiro militar Francisco Tosi
Colombina (Gênova, 1701-17?) atuou a serviço da Coroa Portuguesa no campo da cartografia. Colombina responde por boa parte do mapeamento interiorano brasileiro – particularmente de Goiás – entre 1749 e 1756. Sua produção cartográfica, resultante de expedições exploratório-demarcatórias, é expressiva neste campo importante de ação dos engenheiros militares. A expansão portuguesa além dos limites de Tordesilhas estava bastante avançada e cabia aos engenheiros militares levantar potencialidades e reconhecer as características geográficas das novas frentes de expansão. O material deixado por
Colombina ainda é pouco estudado, mesmo sendo fonte fundamental para entender o processo de formação e consolidação do território goiano. Por isso, este trabalho intenta uma análise acerca do desenvolvimento dos mapas e da percepção territorial ali expressa.
Essa análise trouxe discussões pertinentes como a questão de autoria e a erudição renascentista do engenheiro militar. O próprio processo analisado levou-nos a pensar a experiência local, o contato com os sertanistas e com cartas feitas anteriormente. Assim, tratamos a cartografia não apenas como ciência, mas como experiência vivida do território.
Palavras Chave: Francisco Tosi Colombina. Capitania de Goiás. Engenharia militar.
Cartografia.
Introdução
No século XVIII, as políticas portuguesas para seus territórios na América do Sul exigiriam um efetivo conhecimento destas terras, a fim de garantir o controle e a consolidação do seu domínio2. Nos setecentos, assistimos ao pleno desenvolvimento da economia de