Foucoalt
Foucault mostra que no séc. XVIII o corpo foi descoberto como objeto e alvo do poder. É um corpo dócil no sentido de que é manipulado, modelado, treinado e que responde e obedece se tornando hábil, com forças que se multiplicam. Novas são as técnicas para lidar com esse corpo: agora trabalha-se detalhadamente sobre ele, exercendo uma coerção sem folga e controlando, inclusive, movimentos, gestos e atitudes. Os métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, realizando a sujeição de forças e buscando uma relação de docilidade-utilidade são as chamadas disciplinas. As disciplinas buscam que não simplesmente se faça aquilo que é ordenado, mas que se opere daquela determinada forma para que se atinja maior rapidez e eficácia.
A invenção dessa nova anatomia política, segundo Foucault, não é uma descoberta súbita, mas uma multiplicidade de processos de origens diferentes e de localizações esparsas que se repetem e refletem um método geral. Estariam caracterizados, por exemplo, nos colégios desde muito cedo, no espaço hospitalar, nas organizações militares e também nas fábricas.
A arte das distribuições:
A disciplina se manifesta, na distribuição dos indivíduos em espaços, por meio de diversas técnicas. Em primeiro lugar, a disciplina exige a cerca, ou seja, a especificação de um lugar diferente de outros em que se exercerá o controle, como ocorre nos colégios e nos quartéis, por exemplo. Além disso, há o princípio do quadriculamento, que objetiva que cada indivíduo tenha seu lugar, o que evita distribuição por grupos (é o que ocorre nas celas dos conventos, por exemplo, que dá a “solidão necessária para o corpo e para a alma”). Em terceiro lugar, as localizações funcionais fazem com que espaços antes livres para vários usos, se transformem em lugares determinados para satisfazer a necessidade de vigiar e de romper comunicações, como ocorre em portos militares e hospitais marítimos. Por último, a