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313 palavras 2 páginas
E aí? Vamos ao dentista dar uma geral naquele dente que dói há tempos? Não? Por quê? Medo do motorzinho? Acha que vai doer? Vai não. Já temos anestesia. Abra a boca, relaxe e imagine como seria pouco menos de 200 anos atrás. Imaginou? Pois bem, nós lhe contamos: doía pra valer. E isso para uma simples extração de dente. Para abrir a barriga, então, nem perca seu tempo imaginando. Era um tipo de cirurgia raramente praticado até o século 19. “Operar dentro do crânio, do tórax ou mesmo do abdome era praticamente impossível”, conta o médico Moacyr Scliar (http://www.releituras.com/mscliar_bio.asp) em seu texto na revista Aventuras na História. E era impossível simplesmente porque não havia anestesia. Ou melhor, nenhum método anestésico conhecido até então era eficiente o bastante para permitir tal intervenção. “A qualidade básica do cirurgião era a rapidez”, prossegue Scliar. “Ele tinha de lutar com a agitação dos pacientes, muitos dos quais eram amarrados. Os mais sortudos desmaiavam.”

Embriagar o paciente ou deixá-lo drogado! Médicos, dentistas e pacientes tentaram quase tudo para aliviar a dor da cirurgia. Médicos chineses e indianos usavam maconha e haxixe. O ópio era também amplamente utilizado em diversas partes do mundo, assim como bebidas alcoólicas. Dioscórides , médico grego da antiguidade - pelo que se sabe o primeiro a usar a palavra "anestesia" - atribuiu poderes anestésicos a poções feitas com mandrágora e vinho. Anos depois, alguns médicos experimentaram até a hipnose.
Ainda assim, isso não era o suficiente para aliviar a dor. Por esse motivo, cirurgiões e dentistas trabalhavam o mais rápido possível; na verdade, eles eram avaliados de acordo com a sua rapidez. Mas mesmo que trabalhassem rápido, o sofrimento ainda era enorme. Por isso, era comum as pessoas preferirem sofrer todos os tipos de padecimentos - de tumores a dentes podres - a ter de enfrentar a agonia duma cirurgia ou a extração dum

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