FINANCIAMENT IMOBILIÁRIO
Podemos dizer que a preocupação com a habitação surgiu em fins do século XIX, final do período Imperial. O Brasil basicamente um país agrário tinha sua maior parte da população rural formada por famílias de escravos. Ao se findar o modelo escravagista (proibição de tráfico de novos escravos, Lei do Ventre Livre, alforria para os sexagenários, compra de liberdade pelos próprios escravos ou por associações abolicionistas), começou haver mudanças graves na condição de moradia, pois com o fim da mão-de-obra escrava, estes escravos que até então residiam nas senzalas sob o controle dos donos, migraram aumentando povoados e vilas, construídas de forma precária e extremamente carente de condições de higiene (ARAGÃO, 2000 p. 55). Ao se falar da política habitacional no Brasil, é importante fazermos uma breve revisão histórica do assunto, assim podemos compreender a trajetória das nossas cidades. As consequências da acelerada urbanização nacional, principalmente na primeira metade do século XX, e como os efeitos da questão da dinâmica habitacional no país, serviram para a discussão de um novo modelo de política de habitação.
2.1 A HABITAÇÃO NO BRASIL DO SÉCULO XIX
Podemos observar através da história, que a preocupação com a questão habitacional no Brasil, emergiu com grande força no surto manufatureiro-industrial, que ocorreu principalmente no Rio de Janeiro, nas três últimas décadas do século XIX, sucedendo a decadência da economia cafeeira no Vale da Paraíba. O processo de industrialização do Brasil fez acelerar o processo de urbanização, que ocorreu primeiramente nas regiões mais desenvolvidas, nos principais centros industriais do Centro-Sul, expandindo-se rapidamente por todo território nacional, agravando a carência de infraestrutura, trazendo à tona problemas de saúde, educação e poluição. Com a industrialização acelerada e o fim da escravidão, a mão-de-obra estrangeira, fez-se necessária