Final Trabalho conclusao Corpo e Sa de
Turma Prazer implicante - 2013
Trabalho de conclusão
Ivone Lopes
Adoeço, o corpo dói, a garganta reclama, o estômago “embrulha”. Engulo um remédio pra dor. Não resolve, o desconforto aumenta e agora é dor com febre, engulo um antitérmico. Não resolve, procuro um médico certa de que ele me dirá o que tenho! E assim passam-se os anos, chegam os filhos e continuo com a mesma insanidade de colocar o poder na mão daquele outro que nomeia o que dói em mim e lhe dou o poder de me dizer o que atitude devo tomar para me livrar dessa dor! E assim sigo com minha história, parecida com tantas outras.
Um dia chega alguém (ainda o outro) e me pergunta: “Você já parou pra pensar o que essa doença quer te dizer?”. Como assim? O que uma doença quer me dizer? E então essa pergunta começa a incomodar, a fazer sentido e finalmente gera um movimento de busca.
Apesar do olhar ainda estar centrado na doença um passo foi dado. Começo a me conectar com aquilo que dói e a questionar: o que isso quer me dizer? Porque agora? E com o tempo percebo que assustadoramente começo a “receber” respostas. Ainda com muito estranhamento, observo que as respostas mais desconcertantes, aquelas que num primeiro momento rejeito, pois “não é bem assim”, são as que continham a verdade e ainda mais: ao encontrá-las a febre baixava, a gripe cessava, o estômago melhorava e a vida fluía novamente. Adriana Schnake (2008, p. 69) nos diz que “Lo que la persona “descubre” puede – a veces – detener el proceso cuando todavía no há entrado en una fase irreversible”.
Entretanto, hoje percebo que ainda era algo fora de mim. Era “aquilo” que doía, “a” garganta que reclamava, “a” gripe que chegava, “o” estômago que embrulhava. Não era o meu corpo, a minha garganta, a minha gripe, o meu estômago.
Y ése fue mi primer descubrimiento: las personas hablaban de su enfermedad o de lo que les había pasado como si no fuera algo propio. Aportaban datos como si estuviéramos