filosofia e Arte
A arte, pode concorrer com a religião e a filosofia em alguns campos, como a moral, nós podemos assumir que o teatro pudesse ter uma função moral, ou que a literatura tenha essa função moral, como em Tolstoi. Claro que estamos falando de concepções de arte funcionalistas nesse caso, ou seja, que admitem que a arte tenha uma função ou um objetivo exterior a si mesma. A arte, no entanto, não consiste absolutamente em tomar algo por verdadeiro, ou seja, não existe uma pretensão de verdade e isto se manifesta ainda no fato de que ela não faz enunciados. Para as artes não-lingüísticas, isto é fácil de perceber (O que enuncia uma pintura? Ou uma música? Nada). Na arte que se expressa lingüisticamente, a literatura, é verdade que ocorrem enunciados, mas na literatura (o romance, a novela, o conto, poesia…), o escritor não exprime com seus enunciados nenhuma opinião, ele não diz: tal coisa se passa assim na realidade, ele descreve possibilidades. Claro que o escritor pode nos transmitir suas idéias e acreditar ou tomar aquilo por verdadeiro, mas os méritos de uma obra literária não são obtidos pela verdade ou falsidade dos enunciados expressos por ela (exceto talvez num romance de não-ficção, como A Sangue Frio, de Capote… Mas aí entraríamos na fronteira do jornalismo com a arte e não temos conhecimentos para isso). Seria um equívoco, portanto, se pedíssemos para que o autor de uma obra literária fornecesse argumentos acerca da verdade de suas frases enunciativas. Um escritor apresenta algo que não precisa de fundamentação, não há uma pretensão