Filosofia do direito

13861 palavras 56 páginas
Capítulo X

Das Formas do Conhecimento

50. Já vimos dois problemas relativos ao conhecimento. O primeiro quanto à sua origem e o segundo quanto à sua essência; o terceiro refere-se às "formas do conhecimento" em função dos métodos de atingir-se a verdade. É claro que estamos dando à palavra método acepção mais ampla do que a usual. Quando se fala em método, pensa-se logo cm um processo ordenatório da razão, capaz de conduzir-nos a determinados resultados certos c comprovados, ou pelo menos suscetíveis de fundado consenso. A idéia de método está, portanto, sempre ligada à idéia de um desenvolvimento racional segundo certa ordem ou disciplina do espírito, progredindo segundo enlaces e conexões. Vamos, no entanto, empregar a palavra método em significado mais genérico, de modo a abranger todos os processos ou meios de captar-se a realidade, quer sejam processos discursivos da razão, quer sejam processos intuitivos, de certo modo meta-racionais. Isto porque o estudo que ora vamos desenvolver não é de Lógica ou de Metodologia, mas, sim, de Gnoseologia, isto é, tem por finalidade indagar das possíveis posições cognoscitivas do espírito perante as diversas espécies de objeto, em sua universalidade. Pelas considerações expendidas, sabemos que todo conhecimento envolve uma relação entre o sujeito que conhece e algo que ao ser conhecido, é posto como objeto. O sujeito, por conseguinte, dirige-se para fora, visando trazer para si "aspectos" de algo. segundo várias vias ou formas. Por quantos caminhos se atinge
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o real? As vias de acesso à realidade empírica serão as mesmas indicadas para se atingirem objetos ideais, como os matemáticos? Os processos podem ser, de maneira geral, discriminados em duas grandes classes, que são as dos processos de cognição imediata e mediara, segundo se reconhece a possibilidade de tomada de contacto direto com o real, ou, então, a de conhecê-lo tão-somente graças a elementos de mediação ou de enlace progressivo. Abstração feita dos

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