Filosofia comunicação e etica
O filme mostra um país em que as leis não oferecem mais segregação social e determinam igualdade. Porém, passado esse momento histórico, suas consequências sociais se perpetuaram, seja no modo de agir, no preconceito, nas diferenças econômicas ou na cultura.
A classe média tem preconceito contra os negros, associando-os automaticamente ao crime por estes em geral serem mais pobres. Os negros reagem ao preconceito e ao senso comum muitas vezes com revolta e com o próprio crime, acabando em confirmar o que sua etnia é acusada por muitas vezes injustamente. O casal abordado pela polícia e o chefe policial, por sua vez, mostram a figura do negro que sobe de renda e se iguala ao branco, muitas vezes assimilando a cultura destes e esquecendo a sua de origem.
O policial que aborda o casal demonstra outra face apresentada no filme: a relação entre o preconceito e a ética individual. Se essa ética particular pregava intolerância aos negros, não foi preconceituoso o bastante para fazer com que o oficial não cumprisse seu papel – não só de policial, como de cidadão – e salvar a vida de alguém. Já o oficial que discorda do modo como seus companheiros trata os negros, entretanto, mostra como as circunstâncias de uma situação podem afetar a ética individual. Ao matar em legítima defesa o negro ao qual deu carona, livrou-se do corpo ao invés de assumir o crime, posicionamento moralmente condenável e discordante das atitudes corretas – do ponto de vista da ética coletiva – que teve ao decorrer do longa-metragem.
O filme gira em torno de uma grande generalização, em que os personagens atribuem a grupos diferentes características que não são correspondentes a todos