filme o leitor
Hanna pedia que Michel lesse para ela e o jovem passa a ler para ela obras literárias que estuda no colégio, como a Odisséia, de Homero, A Dama do Cachorrinho, de Anton Checkhov, e Huckleberry Finn, de Mark Twain.
Porém no decorrer do filme, percebemos que Michel teve uma “educação bancária” (Paulo Freire), onde ele no colégio é um “recipiente vazio” que é preenchido de informações acadêmicas, mas não de visão de mundo, alterando a ordem de leitura de Paulo Freire, onde defende que a leitura de mundo precede a leitura da palavra. Sua consciência é mágica.
Ao encontrar com Hanna no julgamento, percebemos que ele vê as causas, porém não faz nada para mudar a situação de Hanna frente ao tribunal. Sua consciência já é ingênua.
Somente no momento em que ele toma uma atitude e passa a enviar as fitas gravadas com as leituras dos livros que ele lia para Hanna é que percebemos que sua consciência se transforma em crítica.
Já com Hanna, percebemos que a leitura de palavra acontece bastante tardia, o que a prejudica em muitos momentos de sua vida, principalmente quando ela é acusada do crime que não cometeu.
Ao receber as fitas de Michael e começar a acompanhar as palavras no livro, com o auxílio da história gravada, e circular as palavras nas páginas, identificando-as e, ao mesmo tempo, identificando o mundo. Hanna recria seu mundo, recriando-se.