Filme xala africa
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de História
HH590A – História da África
Prof. Luiz Fernando Ferreira da Rosa Ribeiro
Nome: Caio Cobucci Leite
RA: 059441
Xala
Xala, ou, feitiçaria broxante, como traduzido na legenda do filme, utiliza o tema da impotência sexual de El Hadji Abdou Kader Bèye, um “homem de negócios” senegalês, para retratar a situação do país após a independência de 1960. A relação africana-européia é muito discutida tanto no livro quanto no filme, em diversos momentos percebemos contradições das personagens em cima de seus costumes e tradições. A personagem principal, El Hadji, retrata “os 'homens de negócios', a burguesia urbana da sociedade senegalesa, na sua evolução actual”[1], percebe-se que ele é uma mistura das culturas européias e africanas. A primeira é a que ele busca para si, já a segunda é a que ele tende a negar, até o momento em que ele é amaldiçoado pela feitiçaria broxante, o xala, elemento da cultura africana, e que ele tenta retirar utilizando os serviços prestados por “curandeiros” dessa cultura. A questão das crenças africanas pode ser notada, tanto no livro quanto no filme, durante o casamento de El Hadji com sua terceira esposa, em que Yay Bineta, a Badiène, pede a ele que execute um ritual para garantir sua virilidade. O noivo responde a ela com tom de ridicularização sobre a crença da mulher sobre esse costume africano, e não realiza o que ela pede. O narrador, então, cita que El Hadji “era bastante evoluído para não dar crédito a esta superstição”[2]. Esse é claramente o pensamento de um europeu, a “evolução” de se colocar a razão acima das crenças e superstições tradicionais. A personagem principal, El Hadji, tem como personagem “contrária”, em relação a sua europeização, sua própria filha, Rama, que teve com sua primeira esposa. Nota-se isso no uso dos idiomas falados, ele usa quase sempre o francês, adotado como língua oficial durante a