Figuras de estilo
O texto literário distingue-se do não literário pela recriação que faz do real; evoca e surge através do recurso a desvios literários estudados desde a Antiguidade e estes desvios são chamados de figuras de estilo, recursos de estilo ou figuras de retórica.
1. NÍVEL FÓNICO (= dos sons)
Dentro do nível fónico temos de considerar recursos estilísticos que não são propriamente figuras de estilo, como é o caso da rima e da onomatopeia.
Aliteração - Processo que consiste na repetição intencional dos mesmos sons consonânticos:
Ex: Brandas, as brisas brincam nas flâmulas, teu sorriso...
Assonância - Processo que consiste na repetição intencional dos mesmos sons vocálicos:
Ex: E o surdo ruído lúgubre aumentara Quebrando esse fantástico silêncio
Rima - Processo que consiste na correspondência de sons em lugares determinados dos versos. A rima é, na realidade, uma espécie de assonância:
Ex: Falam por mim os plátanos da rua:
Deixam cair as folhas amarelas,
E ficam hirtos na friagem nua
Como mastros sem velas.
Onomatopeia - consiste na imitação da voz (de pessoa ou animal) ou do ruído de um objecto. A onomatopeia pode ser usada, muito intencionalmente, como recurso estilístico e pode aparecer associada a figuras de estilo:
Ex: Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão, pelos que lá vão!
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.
2. NÍVEL SINTÁCTICO (= da sintaxe)
Assíndeto - Consiste na supressão dos elementos de ligação entre palavras ou frases sucessivas; omissão intencional de conjunções (com frequência, aparece suprimida a conjunção copulativa e):
Ex: Vim, vi, venci.
Elipse - Consiste na omissão de uma palavra ou palavras (ou até de uma frase) que se subentende (m) com maior ou menor facilidade. É frequente na linguagem falada.
Ex: - Como tem passado?
- Muito mal.
("Muito mal", abreviando a frase: "Tenho passado muito mal.")
Polissíndeto - Consiste na repetição dos