FICHAMENTO
Sabe-se que o Serviço Social é uma prática profissional que nasce na sociedade capitalista no momento em que essa ordem social necessita de profissionais que administrem e controlem os conflitos de interesses gestados no mundo do trabalho (na relação antagônica entre capital e trabalho).
De outro lado, a profissão também recebe um mandato das classes subalternizadas que reclamam o atendimento de suas necessidades, resultado do seu nível de organização social, o que faz com que as instituições sociais (contratantes dos assistentes sociais) incorporem, em alguma medida, tais necessidades e as tome como demandas institucionais a serem atendidas pelo assistente social e outros técnicos.
Na contemporaneidade, o padrão de políticas sociais privatista, mercantilista e assistencialista condiciona intervenções pontuais, focalistas, imediatistas, burocráticas, miméticas, repetitivas, pragmáticas e eminentemente instrumentais, exigindo um determinado perfil profissional: aquele que responde às demandas imediatas.
Sabe-se que a funcionalidade, o reconhecimento e a utilidade social da profissão estão na capacidade de o profissional modificar algumas variáveis do contexto social dos usuários, buscando alterá-lo, ainda que momentaneamente (Cf. NETTO, 1991).
Foi dito que como uma profissão essencialmente interventiva o Serviço Social tem que dar respostas objetivas e subjetivas à realidade social, para o que necessita conhecer os objetos sob os quais se dará sua intervenção, seus meios e modos de intervir. A despeito do reconhecimento da essencialidade de desenvolver a sua dimensão teórico-metodológica, a categoria profissional historicamente tem mantido uma relação tensa e ambígua com as teorias sociais, o que vem a contribuir para a manutenção do chavão de que “na prática a teoria é outra”.
Como resultado das possibilidades instauradas pela sua inserção no jogo de forças sociais e interesses contraditórios captados pelo referencial teórico-metodológico