Fichamento
DE UM IDEAL PRECÁRIO À ARTICULAÇÃO DO ÓBVIO QUE AINDA PRECISA SER DITO
O celebrado sociólogo Erving Goffman, na madureza de sua obra final, articula o ideal de todo palestrante de que a platéia esteja de fato engajada na escuta do que ele diz pelo que diz, e que assim seja levada bem além do auditório para os cenários e ocasiões no mundo onde o tema de que trata se faz vividamente relevante. Além de ser um ideal, esse é ainda um ideal precário, porque escutar é bem mais que ouvir, e o meu ideal precário tomaram contornos definidos, de que as línguas de sinais são línguas naturais tão humanas quanto as demais e que não se limitam a um código restrito de transposição das letras do alfabeto. (pág. 7)
[...] Audrei engajou-se em pesquisas sistemáticas que indagava como se organizaria uma aula de Libras, como língua adicional, para pais e educadores de crianças surdas. (pág. 8)
INTRODUÇÃO [...] Ainda é preciso afirmar que Libras é língua? Essa pergunta me faz pensar: na década de 1960, foi conferido à língua de sinais o status lingüístico, e, ainda hoje, mais de quarenta anos passados, continuamos afirmar e reafirmar essa legitimidade, para chegarmos à legitimação e ao reconhecimento, por paste da sociedade como um todo, de que a língua de sinais É uma língua. (pág. 9)
[...] Tornar visível a língua desvia a concepção da surdez como deficiência – vinculada às lacunas na cognição e no pensamento para uma concepção da surdez como diferença lingüística e cultural. (pág. 9 – 10)
A LÍNGUA DE SINAIS
A língua de sinais é universal?
[...] A universalidade está ancorada na idéia de que toda língua de sinais é um “código” simplificado apreendido e transmitido aos surdos de forma geral, é muito comum pensar que todos os surdos falam a mesma língua em qualquer parte do mundo. Ora, sabemos que nas comunidades de línguas orais, cada país, por