Fichamento
Filosofia no Brasil
A Revolução Industrial, o modelo de produção capitalista e as idéias de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa representavam o repensar das tradições, dos valores e das formas de viver e organizar a sociedade brasileira. A educação se inseria nesse contexto como salvação nacional, baseada no cientificismo e nas virtudes cívicas e patrióticas.
No Brasil a educação pós independência não obedecia a planos ou métodos definidos, visto que a preocupação das autoridades educacionais da época era estabelecer o ensino obrigatório como uma maneira de garantir a freqüência dos alunos às suas respectivas escolas, mesmo com toda a deficiência das mesmas (leis e regimentos descontextualizados, distantes de um processo ensino-aprendizagem).
O ensino era tido como público e gratuito voltado para a responsabilidade pela divulgação da ciência como a grande criação da humanidade, de maneira a torná-la acessível a todos. Em 1885 surgiram então os conflitos instalados pela oposição de idéias do Corpo Docente da Escola Normal (Religião da Humanidade) e pelo Estado Imperial (Religião Católica), detentor do poder político da época. O enfoque maior desse conflito era que pregar o positivismo enquanto Religião da Humanidade violava a Constituição de 1824, que considerava a Religião Católica Apostólica Romana como a religião do Império.
O resultado desse conflito foi a censura e a punição dos professores ditos positivistas e a reformulação da grade curricular da Escola Normal de São Paulo inserindo nesta a religião e evitando assim a perseguição dos segmentos católicos. Benjamin Constant, ministro e secretário de
Estado dos negócios da instrução pública, correios e telégrafos, e professor da Escola militar, foi um adepto das idéias de Augusto Comte e introduziu o positivismo na educação brasileira, através da Instrução Pública Primária e Secundária de 1890/1891, oficializando um modelo de ordem