fichamento
Certamente o salão à sua frente era intimidador: o imenso candelabro de cristais pendurado no teto arqueado de catedral; o grosso carpete vermelho que parecia sangrar das paredes de mogno real; a escada curvilínea que se bifurcava como uma serpente rumo às catacumbas ultrassecretas dos andares superiores. Até as cortinas atrás da cabeça de Eduardo pareciam traiçoeiras, iluminadas por trás pela fúria bruxuleante de uma fogueira que consumia boa parte do pátio estreito lá fora, labaredas de chamas que lambiam o vidro antigo cheio de marcas do tempo. (p.09)
Certamente, ele não tinha como saber, nem antes nem então, que aquele garoto com o cabelo enroladinho viraria do avesso todo o conceito de rede de relacionamentos sociais — que um dia aquele garoto com o cabelo enroladinho que tentava entrar nas primeiras festas da faculdade mudaria mais a vida de Eduardo que qualquer Clube Final. (p.12)
Parecer do capítulo:
CAPÍTULO 2 - HARVARD YARD
Seu nome era Mark Zuckerberg, estava no segundo ano, e apesar de Eduardo ter passado uma boa parte dos eventos da Epsilon Pi em sua companhia, e em pelo menos uma festa de admissão para o Phoenix, ele mal conhecia o garoto. Sua reputação, por outro lado, o precedia de longe: aluno de ciência da computação e vivendo na Eliot House, Mark cresceu na cidade de classe média alta de Dobbs Ferry, em Nova York, filho de um dentista e de uma psiquiatra. No ensino médio, ele era uma espécie de mestre hacker — tão bom em invadir computadores, que seu nome foi parar em uma lista do fbi, ou pelo menos assim rezava a lenda. Fosse ou não verdade, Mark era um gênio da computação. (p.15)
“Mark Zuckerberg, pela sua própria natureza, era obviamente diferente. Talvez fosse pelo fato de ele ser tão esperto que não se enturmava, mesmo aqui, entre seus iguais.” (p.15)
CAPÍTULO 3 - NO CHARLES
Silêncio fúnebre, um momento congelado no tempo, um único parágrafo em uma página num livro que encerra três séculos de