Fichamento
Professora-tia: a armadilha
Freire. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Editora Olho D´Água, 1997. “Professora, sim; tia, não-cartas a quem ousa ensinar, eis o enunciado geral que temos diante de nós a exigir um primeiro empenho de compreensão. O de entender, tão bem quanto possível, não propriamente o significado em si de cada uma das palavras que compõem o enunciado geral, mas compreender o que essas ganham ou perdem, individualmente, enquanto inseridas numa trama de relações.” (pag. 9) “(...) É preciso ousar para ficar ou permanecer ensinando por longo tempo nas condições que conhecemos, mal pagos, desrespeitados e resistindo ao risco de cair vencidos pelo cinismo.” (Pag. 10) “(...) A tarefa de ensinar é uma tarefa profissional, que, no entanto, exige amorosidade, criatividade, competência científica mas recusa a estreiteza cientificista, que exige a capacidade de brigar pela liberdade sem a qual a própria tarefa fenece.” (pag.10) “(...) Isto não significa, porém, que a tarefa de ensinar transforma a professora em tia de seus alunos da mesma forma com uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco.” (pag.10-11) “(...) Recusar a identificação da figura da professora com a da tia não significa, de modo algum, diminuir ou menosprezar a figura da tia, da mesma forma como aceitar a identificação não traduz nenhuma valorização à tia. Significa, pelo contrário, retirar algo fundamental à professora: sua responsabilidade profissional de que faz parte a exigência política por sua formação permanente.”(pag. 11) “(...) Identificar professora como tia, o que foi e vem sendo ainda enfatizado sobretudo na rede privada em todo o país, e quase proclamar que professoras, como boas tias, não devem brigar, não devem se