Fichamento
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Mercado de Trabalho e Relações Internacionais no Brasil: um estudo exploratório
Labor Market and International Relations in Brazil: an exploratory study
Pedro Feliú Ribeiro*
Mariana Kato**
Gary Rainer***
Boletim Meridiano 47 vol. 14, n. 135, jan.-fev. 2013 [p. 10 a 18]
1. Introdução
Desde a criação do primeiro curso de graduação em Relações Internacionais (RI) em 1974 (UnB) no Brasil, observamos um impressionante crescimento na disponibilidade dos mesmos, especialmente nas duas últimas décadas. O gráfico 1 abaixo expõe o número de cursos de graduação em RI no Brasil cadastrados no MEC por década até o ano de 2010.
Gráfico 1. Evolução da Oferta de Cursos de RI no Brasil (1970-2010
Número de Cursos
120
100
80
60
40
20
0
1970
1980
1990
Décadas
2000
2010
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do INEP (2010).
* Professor de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, pesquisador do Centro de Estudo das Negociações
Internacionais da Universidade de São Paulo – CAENI-USP e Doutor em ciência política pela mesma universidade. .
** Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB .
*** Graduando em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB .
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O forte crescimento dos cursos de graduação em relações internacionais observados no gráfico 1, tanto na iniciativa privada quanto pública1, foi acompanhado de uma grande diversificação de grades curriculares dos mesmos, formando um quadro extremamente heterogêneo de perfis de graduados sob o mesmo rótulo relações internacionais. Miyamoto (1999) argumenta a existência de uma tendência de criação de cursos de RI “mais práticos”, voltados para áreas como comércio exterior, em contraposição a cursos com perfil mais acadêmico, geralmente com elevada carga de disciplinas voltadas à ciência política e teoria de relações internacionais.
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