fichamento
Na sua exposição a respeito do historicismo, pós-modernismo e historiografia, Ankersmit, faz uma comparação entre essas duas correntes, mostrando o que pensa os adeptos de cada uma delas, ao mesmo tempo em que oferece uma reflexão bem interessante da função do próprio historiador. “No inicio dessa exposição sobre a comparação entre o historicismo e pós-modernidade, apresento a proposição de algo incomum de que, de modo geral, a epistemologia é essencialmente metafórica”. (p. 95). “O historicismo limita rigidamente o âmbito da alteridade ao passado, ou, mais precisamente: nos termos da metáfora historicista do fluxo do tempo, as diferenças são percebidas, do ponto de vista do historicista, somente como distintos pontos dessa torrente”. (p.97). “Em outras palavras, o próprio historiador encontra-se em uma elevação segura para além do rio do tempo que corre diante dele, em um lugar cuidadosamente apartado do campo da influencia da alteridade”. (p. 98). “Consequentemente, o sujeito histórico é transcendentalizado, deshistoricizado e, com isso, colocado fora do alcance das categorias históricas”. (p. 98). “A metáfrase da metáfora – tal qual a encontramos na historia efeitual – significa o mesmo que a eliminação da metáfora e assim, de todo o aparato epistemológico que surge a partir da metáfora”. (p. 100). “O resultado é o oximoro de um ponto de vista da ausência de pontos de vista”. (p. 100). “A partir desse pano de fundo da auto-superação da metáfora, podemos entender a maior parte das características daquilo que entrementes tem sido conhecido como escrita da historia pós-moderna”. (p. 100). “De fato, as características mais evidentes da escrita da historia pós-moderna se explicam quando aceitamos o cenário de autodestruição do historicismo e das metáforas