Fichamento o rei estrangeiro- sahlins
Nesse capítulo do livro Ilhas de História, Sahlins relata certos incidentes históricos e rituais que se forem tomados em conjunto resultarão em uma teoria polinésia da vida social. Nessas sociedades “arcaicas” a soberania aparece como vinda do exterior da sociedade. O rei é de inicio um estrangeiro e uma figura assustadora, que será depois absorvido e domesticado pela população nativa, em um processo que passa por sua morte simbólica e seu conseqüente renascimento sob a forma de um deus local. Uma ilustração dessa configuração é o caso do Capitão Cook, que havia se tornado mito para os havaianos antes de tornar-se evento, já que o mito foi a moldura para a sua aparição. Cook apareceu nas ilhas Kahiki e os havaianos o receberam como o reaparecimento de seu Deus-Ano, o padroeiro da fertilidade na agricultura. Isso não os impediu de matá-lo no dia 14 de fevereiro de 1779. Assim que morreu o capitão foi empossado como antecessor divino pelos chefes dominantes do Havaí, e o seu mana sacrificado recaiu sobre os reis havaianos como sinal de sua legitimidade. Um evento análogo ao de Cook aconteceu entre os Fiji, de acordo com as tradições locais. As semelhanças se devem ao fato de que o chefe fiji, na sua ascensão, é simbolicamente envenenado e , desse modo, capturado e domesticado pelos nativos. O veneno é a oferenda sagrada, uma bebida feita da planta kava, consagradora de chefes. Assim, o rei-estrangeiro consome a terra e se apropria de seus poderes de reprodução, mas apenas para que ele mesmo seja apropriado por meio desta ação. A configuração do rei-estrangeiro pode ilustrar a frase de Pierre Clastres: é a “sociedade contra o Estado. A negação do poder defendida por Clastres para a América do Sul encontra eco até mesmo na divindade com a qual os polinésios cercavam os seus reis. De acordo com Sahlins
Meu principal propósito será de examinar, em um quadro de referência tipológico mais