Fichamento saes, décio. “a democracia no capitalismo”, in: democracia. são paulo, ática, 1987; cap. 3, pp. 49-73.

Fichamento 6: SAES, Décio. “A democracia no capitalismo”, In: Democracia. São Paulo, Ática, 1987; cap. 3, pp. 49-73.

O Estado burguês
O autor começa seu texto criticando outros escritores que dão importância a apenas a democracia moderna, sem estudar a fundo os outros regimes políticos de épocas históricas precedentes, como se a democracia moderna fosse o modelo universal de democracia. Saes então discorda deste método, mas acredita no fundamento de que a democracia moderna, ou burguesa, representa uma mudança significativa quanto às democracias pré-burguesas (escravista, feudal etc.).
Para entender a democracia em si, precisa-se, primeiramente, entender o significado do conceito de Estado burguês. Para Saes, um Estado é burguês quando dá oportunidade aos homens de praticarem atos individuais e quando não existe qualquer barreira que os impeça de mobilizar-se socialmente (ou seja, de sair da classe explorada para a classe exploradora). O Estado burguês também conta com regras que visam disciplinar as relações sociais, de modo a atribuir a todos os homens, independente de sua classe social, direitos e deveres para transformá-los em sujeitos individuais com capacidades jurídicas dentro do próprio Estado. Além disso, o Estado burguês dá oportunidade aos indivíduos, novamente, independentemente de suas classes sociais, de trabalharem para sua burocracia, ou seja seu corpo funcionário assume um sentido de burocratismo, onde há a hierarquização de competências individuais. Tais aspectos são completamente inexistentes nos Estados pré-burgueses, e são essenciais para que o mercado de trabalho do Estado moderno funcione. É preciso que o Estado assuma uma posição mediadora, no que diz respeito a reprodução das reações de produções capitalistas. Este mercado só pode funcionar se o Estado der oportunidade aos indivíduos de oferecer livremente sua possessão, ou seja, sua mão-de-obra, para quem quiser comprá-la.
O Estado burguês também, de certa maneira, frustra qualquer