Fichamento - Paul Ricoeur revoluciona a história
DOSSE, Francois. Paul Ricoeur revoluciona a história. In: _____. A história à prova do tempo: da história em migalhas ao resgate do sentido. São Paulo: Editora UNESP, 2001.
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Dosse coloca a importância de dialogar com Ricoeur sobre tempo histórico para “entender melhor o que significa sua prática disciplinar.” Um novo momento de operação historiográfica: a idade interpretativa
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Ricoeur propõe a hermenêutica como caminho para a compreensão histórica. Ricoeur já atuava no campo da epistemologia histórica desde 1955; porém, nas décadas de 1950 e 1960, o estruturalismo e um pensamento mais objetivista – “que transformou profundamente a disciplina histórica no sentido de se dar mais atenção a plataformas cada vez mais imóveis, a um descentramento do homem à valorização do que escapa à parte explícita da ação humana” – tornava o clima intelectual pouco favorável ao pensamento de Ricoeur sobre a história. O declínio do marxismo e do estruturalismo, abre campo para a contribuição de Ricoeur.
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Segundo Dosse, o primeiro a discutir as teses de Ricoeur foi Michel de Certeau. Ele dialoga com Ricoeur em quatro pontos:
A questão do discurso histórico como produção de um lugar institucionalizado.
O problema do eclipse do acontecimento e de sua correlação com registros diferentes por natureza.
As relações entre narrativa e processo explicativo.
Intencionalidade histórica.
Pensamento divergente entre Ricoeur e Certeau: o primeiro insiste nas grandes narrativas e o segundo na multiplicidade de narrativas atomizadas.
O debate sobre operação historiográfica não teve muita repercussão. Apenas alguns historiadores – Dosse destaca Éric Vigne e Roger Chartier.
Vigne ressalta o papel do enredo entre o acontecimento e a história em Ricoeur. “A poética da narrativa elabora um terceiro tempo, o tempo histórico, este, por sua vez, mediador entre tempo vivido e tempo cósmico: ‘A história, nesse sentido, pertence à hermenêutica da experiência humana em sua dimensão