Fichamento -nestor goulart reis - contribuição ao estudo
Contribuição ao Estudo da Evolução Urbana no Brasil 1500-1720
Reis, Nestor Goulart
2ª Edição. São Paulo – Pini Ltda
2001 p. 61-77
Em meados do século XVI, Portugal adotava uma política colonizadora no Brasil da qual fazia parte uma política urbanizadora que se utilizava de recursos particulares. A colônia portuguesa na América era dividida entre capitanias hereditárias, doadas pela Coroa, com intenção não somente de povoar o novo território, mas também de urbaniza-lo, tornando-o mais fácil de colonizar e dominar. Nas cartas de doação das capitanias, estava explicito o dever dos donatários de construir vilas, as quais eram administradas pelas Câmaras. A Coroa participou primeiramente em pequena parte na urbanização do Brasil, entre 1532 e 1650 apenas sete das trinta e sete povoações foram criadas pela Coroa em si. Essas 7 povoações, as cidades reais, eram os núcleos de maior importância e seus habitantes eram subordinados diretos do Governo Geral, criados em pontos estratégicos, funcionando como centros regionais, administrando e fiscalizando, controlando as regiões próximas. Grandes cidades dos tempos atuais como, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e Belém, foram criadas como centros entre os séculos XVI e XVII, por responsabilidade direta da Coroa, com o suporte de arquitetos e engenheiros militares fornecidos pela Metrópole para o governo central. Dentre esses profissionais, é de grande importância Luís Dias, responsável por dirigir a construção de Salvador, e Francisco Frias da Mesquita, Engenheiro-Mor do Brasil de 1603 à 1635, responsável pelo projeto do Mosteiro de S. Bento do Rio de Janeiro, do forte dos Reis Magos em Natal, e provavelmente de São Luiz do Maranhão. Durante o século XVII, o número de engenheiros enviados da Metrópole à Colônia portuguesa na América sofre um grande crescimento, indicando a importância que o Brasil começa a ganhar em relação às outras colônias para Portugal. Já no fim do