Fichamento "MODERNIDADE LÍQUIDA" – Capítulo 1 – Emancipação
BAUMAN, Zygmunt – MODERNIDADE LÍQUIDA – Capítulo1 – Emancipação
O autor começa o capítulo explanando sobre a liberdade, diferenciando a subjetiva e a objetiva, propondo que muitas vezes estando na condição de escravo não enxergamos a realidade e não ansiamos tal liberdade e então indaga tal pergunta: “a libertação é uma bênção ou uma maldição?”.
Após três décadas que se seguiram à 2ª Guerra Mundial, uma sociedade rica e poderosa, apresentou-se como problema o dever de emancipação, não a libertação em si, mas a falta de desejo das pessoas para serem libertadas. “Libertar-se” significa sentir-se livre das limitações, ser livre para agir conforme os desejos. Uma ameaça que atormentava os filósofos era que as pessoas pudessem não querer ser livres, pelas dificuldades que o exercício da liberdade pode acarretar.
Em questão sobre a liberdade se seria uma bênção ou uma maldição, houve dois tipos de resposta à questão: a primeira lançando dúvidas sobre a prontidão do povo para a liberdade, e a segunda inclinando-se a aceitar que os homens podem estar certos quando questionam os benefícios que as liberdades podem trazer. Na perspectiva de Hobbes, depois desenvolvida por Durkheim, não há outro caminho para o indivíduo buscar a libertação senão submetendo-se à sociedade e seguindo suas normas. Padrões e rotinas fazem com que os homens saibam como agir na maior parte do tempo, e que raramente se encontrem em situações em que as decisões devem ser tomadas com a própria responsabilidade e sem o conhecimento das consequências.
Para Cornelius Castoriadis, o que está errado em nossa sociedade é que ela deixou de questionar-se, não reconhece mais qualquer alternativa para si mesma. Mas não significa que tenha suprimido o pensamento crítico como tal, pelo contrário, fez da crítica da realidade e do que está posto uma parte inevitável e obrigatória da vida dos indivíduos. Mas a sociedade da modernidade fluida é inóspita à crítica, acomoda o pensamento e a ação