Fichamento História da Sexualidade Volume 1 - Foucault
FOUCAULT, Michel
No primeiro volume da série de História da Sexualidade, Foucault reabre a discussão acerca do desenvolvimento da sexualidade partindo do pressuposto comumente utilizado por historiadores e sociólogos que consideram a repressão do discurso e do ato como marca principal do tema ao longo de toda a história da civilização ocidental.
O autor parte desta ideia para que possa desconstruí-la. Demonstrando, através dos mesmos exemplos já utilizados por outros acadêmicos para comprovar a repressão total da sexualidade, como, na verdade, o que havia era simplesmente um reforço ao discurso do sexo.
A divisão que há entre o modo de se lidar com a questão entre Idade Média e Moderna é simplesmente a definição de quem era o sujeito a quem estava colocada a incumbência de produzir um discurso verdadeiro sobre o sexo.
Em um período que compreende o fim da Idade Média e o fim do século XVIII a produção dos discursos sobre o sexo está centrada nas confissões religiosas e nas relações de exame de consciência entre Mestre e Aluno, Padre e Fiel, Professor e Criança. A confissão passa a ser vista como a forma primordial para o alcance da verdade a respeito do sexo além de campo de desenvolvimento e aprimoramento do discurso. Era nessa relação que acontecia a pretensão de doutrinar o outro. Nesse momento a perversão sexual é vista como questão pontual. Não havia ainda a homossexualidade, e sim a sodomia. Casos específicos de desvios sexuais.
A partir do começo do século XIX houve a tomada do estado da administração da sexualidade. O campo da medicina e das leis começa a se preocupar e se apropriar dos casos mais ínfimos envolvendo a sexualidade. Surgem então as depravações congênitas, que fazem parte do sujeito problemático. A homossexualidade passa a ser vista como uma categoria de pessoas desviadas.
Foucault estipula as categorias de pessoas que são consideradas o foco do movimento surgido no final do