Fichamento do texto "Vovó Nagô e Papai Branco Usos e abusos da África no Brasil", de Beatriz Góis Dantas
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O texto “Vovó Nagô e Papai Branco Usos e abusos da África no Brasil”, de Beatriz Góis Dantas, tem como objetivo nos mostrar qual a identificação que esses 10 terreiros analisados por ela, fazem de si e dos outros no nagô de Laranjeira, em Sergipe, num mercado de Xangô dentro de um campo religioso. A autora relata que alguns dos terreiros visitados, dedicam-se quase exclusivamente, às consultas, atividades voltadas para a solução de problemas imediatos. A função desses terreiros é prestar serviços a uma clientela que é atendida individualmente e não cria vínculos em relação ao centro.
Os chefes de culto tem um bom conhecimento dos terreiros da cidade e alguns deles chegaram a enumerar quatorze casas de santo, identificando sua localidade, dirigente e nação. Ao classificar os terreiros, alguns deles apresentam uso de categorias que inclui diferentes nações africanas como Keto, Ijexá, Jeje, Angola, além do Nagô. Para o que não é nagô ou caboclo ou associação dos dois, é simplesmente misturado ou enrolado. A vinculação entre os diversos terreiros e sua identidade pode ser representada em dois campos separados, nos quais se situam e interagem os terreiros Nagô, Caboclo e Outros.
O terreiro nagô de Santa Bárbara Virgem, tem atribuição total na equivalência entre a auto-identidade e identidade. Pois representaria a continuidade de um terreiro dos antigos escravos africanos, seguindo sempre a tradição recebida dos ancestrais nagôs e conservando-a até os dias de hoje. Este terreiro aparece com uma identidade exclusiva, reconhecida não só pelos “de fora”, mas também por todos os chefes de culto ao segmento afro-brasileiro. É visto como o único terreiro nagô “puro”, “legítimo”, “verdadeiro” e “africano”.
O terreiro de Filhos de Obá, se auto define como obá (nagô), seria semelhante à do anterior. Mas, o dirigente que o regeu por mais de meio século, teria não apenas atualizado a tradição dos nagôs e outras nações africanas através da Bahia, mas também incorporado ao