Fichamento do livro: Um discurso sobre as ciências
- Na obra intitulada, Um discurso sobre as ciências, o autor tece criticas sobre os pressupostos científicos da ciência moderna (dominante e monocultural), propondo uma transformação analítica que leve em consideração os fenômenos sociais, a diversidade do mundo - incutindo as ciências sociais dessa função;
- “Todo conhecimento científico é socialmente construído” (p.9). Desenvolver ciência social não implica neutralidade;
- A racionalidade científica é totalitária, impõe princípios epistemológicos e metodológicos rígidos e inquestionáveis. O que não pode ser aferível é contestado dentro do modelo científico, já proposto por Galileu e Einsten. As qualidades dos objetos são desqualificadas;
- A ciência moderna rompe totalmente com o senso comum. Este preserva o conhecimento prático, a causa e a intenção, enquanto na ciência a determinação da causa obtém-se com a expulsão da razão. A ciência hegemônica consagrou o homem como sujeito epistêmico e não como sujeito empírico. O conhecimento científico não tolera a interferência de valores, concepções filosóficas, religiosas e culturais;
- O paradigma social (emergente) surge da crise do paradigma cientifico positivista e moderno. Boaventura fala de conhecimento científico-social, de diversidade epistemológica o que reforça à aproximação entre as partes. As dicotomias entre sujeito/objeto, natureza/cultura, dentre outras dualidades, tende a ser superado. A relação deve se dar entre sujeitos, pois cada um é tradução do outro;
- “Todo conhecimento é local e total” – crítica à especialização das disciplinas, pois isso acarretou na divisão e disciplinarização do saber científico. É preciso transdisciplinar o conhecimento, o que não é tarefa fácil, pois se trata de algo epistemológico.
- “Todo conhecimento é autoconhecimento” – no paradigma emergente, o caráter autobiográfico e auto-referenciável é assumido. Da mesma forma