Fichamento do Livro História & História Cultural, de Sandra Jatahy Pesavento
Cap. I - Clio e a grande virada da História
“No Monte Parnaso, morada das Musas, uma delas se destaca. Fisionomia serena, olhar franco, beleza incomparável. Nas mãos, o estilete da escrita, a trombeta da fama. Seu nome é Clio, a musa da História” (pg.07).
“Cremos de Clio era uma filha dileta entre as Musas, pois partilhava com sua mãe o mesmo campo do passado e a mesma tarefa de fazer lembrar” (pg.07).
“Talvez Clio supere Mnemósine, uma vez que, com o estilete da escrita, fixava em narrativa aquilo que cantava e a trombeta da fama conferia notoriedade ao que celebrava” (pg.07).
“No tempo dos homens, Clio foi leita a rainha das ciências, confirmando seus atributos de registrar o passado e deter a autoridade da fala sobre os fatos, homens e datas de um outro tempo, assinalando o que deve ser lembrado e celebrado” (pg.07).
“Cremos que, hoje, sua faceta mais recente e difundida seja aquela chamada História Cultural” (pg.07).
“A História Cultural corresponde, hoje, a cerca de 80% da produção historiográfica nacional” (pg.07).
“Essa constatação, dada a partir dos anos 90 do último século no Brasil, marca uma verdadeira virada nos domínios de Clio” (pg.08).
“De certa forma, podemos, por um lado, falar de um esgotamento de modelos de um regime de verdades e de explicações globalizantes, com aspiração à totalidade, ou mesmo de um fim para as certezas normativas de análise da História até então assentes” (pg.09).
“A dinâmica social se tornava mais complexa com a entrada em cena de novos grupos, portadores de novas questões e interesses” (pg.09).
“A consolidação de determinados paradigmas conduzia até então a uma aparentemente confortável certeza: a de que tudo já estava predito, com o que se condenavam as explicações do real à fixidez dos modelos” (pg.09).
“As respostas já estavam lá, pelas logicas de explicação estabelecidas e consagradas, antes mesmo do trabalho de