Fichamento do ensaio "a dramaturgia de jorge andrade"
Jorge Andrade aproveitou as experiências pessoais. Seu terreno é o mundo que traz dentro de si e o instrumento que utiliza para instaurar seu universo ficcional é a memória, não só a memória pessoal e familiar, mas também a memória social.
Memória familiar tudo que se conhece e se compreende (pessoas, paisagens, conflitos, situações), tudo que pertence ao mundo criado dentro de nós).
Universo ficcional do autor realiza-se através do diálogo com duas formas de experiências e vivências pessoais:
1ª- A primeira forma diz respeito à relação conflituosa com seu pai, o que se refle no conflito entre pais e filhos, como tema recorrente na sua dramaturgia. Nesse sentido, vale destacar a influência de autores como Ibsen, Eugene O’Neil e Arthur Miller.
2ª- O segundo enfoque relaciona-se à derrocada econômica de sua família e aos abalos sofridos com a crise do café no final da década de 20 e início da seguinte.
Notas bibliográficas
O autor nasceu em Barretos, interior de São Paulo, em 1922, neto e filho de grandes proprietários rurais; teve sua infância e adolescência marcadas pelos problemas econômicos que os cafeicultores experimentaram com o crack da Bolsa de Nova York em 1929 e a Revolução de 30.
A ruína de sua família, dona de 30.000 alqueires na época do apogeu, serviu-lhe de ponto de partida para investigar o destino da classe social a que pertencia, levando em conta os efeitos da derrocada tanto no campo quanto na cidade (aqui se inspirou em Tchekhov e Tennessee Williams com alguns temas e formas para exprimir a decadência de alguns fazendeiros).
Entre 1951 e 1970 10 peças enfeixadas no volume Marta, a Árvore e o Relógio.
1ª. peça : O Telescópio
Desagregação e perda dos valores éticos e morais dos descendentes de uma família de proprietários de terras;
Contraste entre dois grupos → oposição
Mundo dos pais: alicerçado na tradição rural;