Fichamento de "Torre de Babel" (Derrida)
1609 palavras
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Acadêmica: Nayara dos Santos OliveiraFichamento: Torres de Babel (Jacques Derrida, 1930-2004)
Babel: antes de tudo um nome próprio. Levando em consideração um texto legado da torre de Babel, ele não forma uma figura em meio a outras, não seria a única estrutura a se aprofundar assim, mas o faria a sua maneira ela mesma por pouco intraduzível, como um nome próprio e seria necessário salvar seu idioma.
A “torre de Babel” além de mostrar a multiplicidade das línguas, exibe também à impossibilidade de mostrar como acontece a formação da mesma, e a limitação de traduções.
Babel podia ser também traduzida como “confusão”, segundo Voltaire, Babel não é apenas um nome próprio, a referência de um significante puro a um real singular. Ela não quer dizer apenas confusão no duplo sentido dessa palavra, mas também o nome de Deus (Ba significa pai, e Bel significa Deus), e o nome de Deus o pai seria o nome dessa origem das línguas maternais.
Há duas traduções francesas quanto à desconstrução da torre: a primeira, de Louis Segond mantém-se longe do que se queria chamar a “literalidade”, ou seja, da figura hebraica para dizer “língua”. Já a segunda, de Chouraqui, é mais recente e se pretende mais literal, ao invés de língua, diz “lábio”. Será preciso dizer multiplicidade dos lábios e não das línguas para nomear a confusão babélica.
Tendo essas duas traduções e os ensinamentos dos Gênesis, veem-se os questionamentos se não há uma punição de Deus por ter dado seu nome à torre visto que ele não dá seu nome a nada e nem a ninguém, e nem se deixa nomear. Ele os pune por terem querido assim se assegurar, por si mesmos, uma genealogia única e universal. O texto da Gênese encadeia imediatamente, como se tratasse da mesma intenção: erguer uma torre, construir uma cidade, se fazer um nome numa língua universal que seja também um idioma.
Deus rompe a linhagem, ele impõe a tradução e esta se torna necessária e impossível como o efeito de uma luta pela apropriação do nome,