Fichamento critico - A insidiosa corrosão dos sistemas de proteção social europeus

POLÍTICA SOCIAL II
A Insidiosa Corrosão dos Sistemas de Proteção Social europeus Diante da realidade dos sistemas de proteção social europeus, Ivanete Boschetti se detém a analisá-los de forma crítica com a finalidade de romper com a idealização de uma possível harmonia entre capitalismo e seguridade dos direitos sociais. No decorrer da discussão, entende-se que tal perspectiva é sustentável de acordo com os argumentos elencados pela autora. Primeiramente, pode-se dizer que as conquistas dos direitos sociais que se originaram no contexto da Revolução Industrial e se expandiram durante a Segunda Guerra mundial não foram suficientes para promover a emancipação da humanidade do sistema capitalista, pelo contrário, mostrou-se como uma estratégia para o aumento do consumo num período em que a economia era crescente no predomínio da regulação da produção fordista-keynesiana. Pode-se afirmar que os sistemas de proteção europeus nesse contexto, além de assegurar a reprodução ampliada do capital, permitem de forma mais direta a intervenção do Estado nas relações de produção, semelhantemente ao que acontece no período atual. As políticas sociais como produto da proteção social, desse modo, surgem mais como uma proteção às relações capitalistas de consumo e sua manutenção que proteção social propriamente dita. Uma comparação interessante é um exemplo do que acontece de forma semelhante atualmente no Brasil, no que se diz respeito ao aumento de oportunidades de compras e financiamentos que o Governo Federal "concede" à classe trabalhadora para a aquisição de bens e, por fim, determinam-lhes juros altos em longas prestações. Em se tratando dos sistemas de seguridade social, os países que haviam aderido o sistema beveridgiano para as políticas sociais, de acordo com as particularidades dos processos democráticos de cada um, eram citados como o mais impressionante modelo capitalista de proteção social.