ffffffffffffffffffffffffffffffffff
Sempre que entro em discussões sobre a influência de fatores práticos e naturais nos estilos de vida, aparece alguém e diz: “O que há com todas aquelas vacas que os famintos camponeses da Índia se recusam a comer?”A imagem de um agricultor maltrapilho, morrendo de fome ao lado de uma imensa vaca gorda, transmite aos observadores ocidentais uma tranqüilizante sensação de mistério. Inúmeras alusões,eruditas e populares, confirmam nossa mais profunda convicção de como deveriam agir os povos de mentalidade oriental. É agradável saber – algo assim como “sempre haverá uma Inglaterra”- que na Índia os valores espirituais são mais preciosos que a própria vida. E ao mesmo tempo, isto nos entristece. Como poderemos esperar compreender um povo tão diferente de nós? Os ocidentais julgam a idéia de que possa haver alguma explicação prática para o amor indiano às vacas muito mais perturbadora do que os próprios indianos. A vaca sagrada – e de que outra forma poderia dize-lo? – é uma das nossas vacas sagradas favoritas.
Os hindus veneram as vacas porque são o símbolo de tudo o que é vivo. Assim como Maria é, para os cristãos, a Mãe de Deus, para os indianos a vaca é a mãe da vida. Não existe, portanto, maior sacrilégio para um indiano que matar uma vaca. Até mesmo o sacrifício de uma vida humana deixa de ter o significado simbólico, ou a inexprimível profanação representada pelo abate de uma vaca. Segundo vários