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RESUMO
Este estudo investigou o impacto psicológico do diagnóstico de câncer em uma família e as estratégias de enfrentamento utilizadas pela mesma a partir da percepção do cuidador do paciente. Realizou-se um estudo de caso do qual participou a filha de uma paciente que recebeu o diagnóstico de câncer. Utilizou-se uma entrevista semiestruturada. Analisaram-se os dados por meio de análise de conteúdo. Observou-se que a filha que assumiu o papel de cuidadora era a familiar mais próxima da paciente e que, embora tenha assumido essa tarefa espontaneamente, houve sobrecarga. A espiritualidade já era uma prática da família e foi impulsionada em decorrência da descoberta do câncer. A psicoterapia foi fundamental ao longo do tratamento e trouxe melhoras para a vida de toda a família. Aspectos transgeracionais foram observados, na medida em que a família apresentava histórico de câncer com desfecho negativo, indicando a importância de considerar a história das gerações prévias para compreender como a família atual maneja situações de crise.
Introdução
O recebimento de um diagnóstico indesejado pode alterar o funcionamento familiar. Quando a doença é diagnosticada como oncológica, a percepção da finitude da vida torna-se presente e é muito comum que apareçam mitos e fantasias em torno do membro portador da doença e também de seu tratamento (Mello Filho, 2002). Sabe-se que o paciente que recebe o diagnóstico de câncer reage de uma maneira diferente se comparado ao diagnóstico de outras doenças (Penna, 2004), pois ainda existe uma crença de que tal diagnóstico está relacionado à dor, a tratamentos invasivos e à morte. Em função de seu estigma social e de sua associação com a morte, o câncer é a doença que mais provoca medo nas pessoas (Ceolin, 2008). Por esta razão, estudos que investiguem o impacto do diagnóstico de câncer não apenas no paciente, mas também