Fevereiro
Observando atentamente a leitura do “Ensaio sobre a cegueira”, fica visível tamanha coincidência com a alegoria da caverna de Platão que mostra uma caverna subterrânea na qual pessoas são acorrentadas e conseguem enxergar apenas as sombras projetadas na parede pela claridade das chamas de uma fogueira posicionada na entrada – demonstra como as pessoas podem se aprisionar a uma realidade socialmente construída, mesmo que ela não corresponda à verdade. As pessoas são iludidas por uma ideologia, pois o modo como compreendem a realidade está circunscrito em percepções distorcidas.Desta forma um paralelo é estabelecido entre estas duas obras, tanto a alegoria quando o livro de Saramago levam o leitor a uma reflexão, sobre questões concernentes ao dia-a-dia como a dominação e a composição do homem em suas relações sociais.
O Elemento principal que acomete os personagens da obra que é a cegueira que é associado na alegoria por Platão como a caverna que é o principal elemento do universo sombrio onde os personagens são impedidos de enfrentarem um mundo novo. O personagem que se liberta das correntes de Platão é o mesmo personagem que possui a visão de Saramago, já que estes podem perceber no que as outros personagens se encontram presos.No livro analisado fica demonstrado que a cegueira significa a perda de identidade e referência que determinam as ações dos sujeitos, com a falta desse elemento, são inseridos em um contexto social degradado, construindo novos códigos que regulem essas relações forjados por ações desumanizadoras.Ao decorrer da obra é perceptível como a cegueira impede o desenvolvimento do pensamento entre os indivíduos acometidos pela doença, caracterizando-se um senso coletivo irracional e causando um intenso devaneio nos personagens. Dia a dia histórias são desfeitas, criando uma nova realidade que significa um conformismo e submissão, assegurando o controle de todos os molestados a um grupo com esquema