FAMÍLIA E AUTORIDADE (EM HORKHEIMER E REICH)
2037 palavras
9 páginas
FAMÍLIA E AUTORIDADE (EM HORKHEIMER E REICH)DISCUSSÃO
Horkheimer afirma que as regras sociais e as dinâmicas familiares respeitam uma ordem política-cultural. Em Eclipse da razão, o autor projeta que um indivíduo plenamente desenvolvido seria a consumação de uma sociedade totalmente desenvolvida. A emancipação do indivíduo não seria uma emancipação da sociedade, mas o resultado da liberação da sociedade de sua atomização. O autor considera o indivíduo isolado como uma ilusão, e oferece uma nova ênfase ao caráter coletivo e cultural das relações entre indivíduo e sociedade, entre membros de um núcleo familiar e sua própria família. Um índice político nítido de ligação e continuidade entre a cultura familiar e a cultura social em geral seria a questão da autoridade: mediador chave da ordem capitalista, das relações de trabalho burguês – não somente entre patrão e trabalhador, mas entre lideres e seguidores, até mesmo dentro de sindicatos. Ora, se a ideia dos trabalhadores tendem a ser moldadas pela ideologia comercial de seus lideres, tal concepção de submissão à autoridade é aprisionada numa conformação puramente mimética em razão de uma sustentação, antes de tudo, familiar: O autor insere na questão dos mecanismos de dominação uma série de pensamentos a respeito das distinções entre autoridade e autoritarismo, entre pensamento mimético e pensamento crítico.
Vale lembrar que para Horkheimer certas ordens de distúrbios da autoridade paterna ampliam-se numa lógica extra-familiar, seja ela a do autoritarismo social, da dominação ou da alienação – ou, num termo só, do controle. E se é no âmbito familiar que o individuo é inserido no registro da autoridade e da submissão irracional ao líder – e delas mantém-se refém ao longo de sua formação –, o autor indica que não poderíamos marginalizar o seguinte: assim acontece porque o pai desse indivíduo herda de deus pais a mesma lógica reinante de dominação burguesa, o equivalente a dizer que as relações