Texto Medeiros: Ao se discutir família não se deve pensar apenas no modelo nuclear patriarcal, já que esta vem se modificando e construindo novas relações a partir de transformações vivenciadas pela sociedade. As mudanças que acontecem no mundo acabam por influir e afetar a família de uma forma geral e de uma forma particular, a partir da formação, do pertencimento social e da história de cada um destes segmentos. A família do início desse século configurou-se com características de hierarquia, sendo a figura masculina detentora do poder, apoiado no baluarte econômico e no seu papel exercido na sociedade. Na segunda metade do século, por influências sociais, políticas e econômicas, a família passou por modificações acentuadas, contribuindo em grande parte para isto o surgimento de uma nova perspectiva sobre as questões de gênero. A condição feminina foi se modificando e, concomitantemente houve mudanças também no papel masculino, gerando reformulações na relação conjugal e, naturalmente na relação pais-filho. Com a emergência de novas tecnologias que passam a fazer parte do cotidiano das pessoas, mais rapidamente novos comportamentos são adquiridos, surgindo novas necessidades e expectativas. Estes e outros fatores vão se agregando e contribuindo para que a estrutura familiar tradicional - pai, mãe e filhos - não seja a única forma de relacionamento familiar abrindo-se um espaço significativo a outras configurações familiares. Por mais que a família nucelar que é composta pelo marido, pela mulher e pelos filhos ainda seja o “modelo” de família predominante, ao ponto de gerar certo modelo a ser seguido, observa-se que, cada dia mais, surge um modelo ainda que não predominante, mas significativo que é onde mulheres exercem chefia na família, e que tem também por responsabilidades o sustento econômico.
Atualmente, a família é compreendida não apenas baseada nos laços consanguíneos e de parentesco, mas nas relações de afeto e cuidado. A família é o espaço da