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É necessário atentar, também, para o fato de que a interdisciplinaridade propõe a mudança do “status” das disciplinas, que são tomadas por seus especialistas como um fim e não um meio para se alcançar o conhecimento. Segundo os teóricos que trabalham o conceito interdisciplinar, para que o saber se torne real para os alunos é necessário que a disciplina se torne um meio para a produção e debate do conhecimento.
Deixando assim de lado seu caracter dogmático, que parece diminuir os alunos frente a um saber que para eles parece imutável.
Com base em Fazenda1 (2008), as discussões sobre a interdisciplinaridade surgiram na Europa, especialmente (França e na Itália ), em meados da década de 1960, num período assinalado pelos movimentos estudantis que, dentre outras reivindicações, exigiam um ensino mais sintonizado com as questões de ordem social, política e econômica da época. Diante disso, a interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicação, na medida em que os grandes problemas da época não poderiam ser resolvidos por uma única disciplina ou área do saber. Em outras palavras, os estudantes da época lutavam por uma nova universidade, uma nova escola. No final da década de 60, a interdisciplinaridade chegou ao Brasil e logo exerceu influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Nº 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se 1 Ivani Fazenda é considerada uma das mais importantes pesquisadoras de questões relativas à interdisciplinaridade no Brasil. intensificado o que fica evidente com a nova LDB Nº 9.394/96, com os PCNs e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da educação básica. No Brasil, segundo Fazenda (2008), a primeira produção sobre interdisciplinaridade é de Hilton Japiassu2 que, por sua vez, já alertava para a necessidade de uma postura interdisciplinar do cientista: postura crítica, sendo este um sujeito que pensa na sua