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Após o sistema de cotas estabelecido por lei federal, em 1991 o mercado de trabalho para os deficientes visuais no Brasil melhorou, mas ainda não é o ideal, afirmou na última sexta-feira (21) o coordenador do Programa de Empregabilidade da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Edson Luiz Defendi. Segundo ele, apenas no início do ano 2000 a fiscalização começou a ser feita com mais rigor pelas superintendências regionais do Trabalho
De acordo com Defendi, em São Paulo estima-se que há 112 mil pessoas com todos os tipos de deficiências empregadas e algo em torno de 5% sendo deficientes visuais, o que corresponde a 6 mil pessoas. "Essa lei ajudou muito na inclusão profissional de pessoas com qualquer tipo de deficiência e, de certa maneira, reflete a necessidade de colocar em prática questões tão importantes em relação a competência da pessoa com deficiência em seus postos de trabalho".
Entretanto, mesmo com o sistema de cotas e a fiscalização, ainda há muita dificuldade para o deficiente visual conseguir um emprego, já que as empresas não têm a clareza das habilidades dessas pessoas e veem como custos o investimento em ferramentas necessárias para auxiliar o deficiente visual.
"O que estamos fazendo é um trabalho de quebrar a resistência e as atitudes de preconceito em relação a essa exclusão. A tecnologia é essencial para o deficiente visual no mercado de trabalho e há muitas empresas que buscam pessoas com deficiência visual porque precisam cumprir o sistema de cotas ou porque têm uma cultura de diversidade e acreditam que a pessoa com deficiência pode ter direito a ser produtiva e a trabalhar", comenta Defendi.
O presidente da Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva), Markiano Charan, disse que a maioria das empresas ainda não se conscientizou da importância do trabalho para essas pessoas e muitas procuram fugir do cumprimento da lei. "As empresas não entenderam que não estão fazendo um favor