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Borom Sarret, 1966, filme senegalês de Ousmane Sembene, um diretor reconhecido por definir a África moderna da era pos-colonial.

É um filme etnografico porque ilustra, mediante investigação de todo um processo, um grupo da sociedade, há a descrição de um povo, dos costumes.
Em principio ele não dialoga com Jean Rouch, primeiramente porque trata de um cinema direto de perspectiva funcionalista, o diretor mostra sem intervenção e com um estudo mais profundo todo o processo de um resultado, não elegendo o que há de mais espetacular ou bizarro de prática por aquele povo, já Rouch, leva às telas o olhar estranho, uma confrontação do espectador com uma cultura desconhecida.
O Ousmane nesse filme, já aposta na necessidade de analisar, saber do que acontece antes e depois do, digamos, espetáculo ou momento emblemático do filme.
Sembene é africano, Jean Rouch acredita que para se estudar uma cultura, é necessário um estudo por alguém alheio a ela, tão logo para ele, há mais veracidade numa África mostrada por alguém de fora, que por um africano.
Jean Rouch mostra mais uma realidade estereotipada, com linha de evolução, mas uma linha, que, conclui-se, não se evoluiu nada, podendo vezes, mostrar os povos como insetos. Numa discussão entre ele e Ousmane, diz que da forma como faz seus filmes etnográficos, poderá encontrar uma cultura similar tão importante quanto a dele, o estudioso.
O diretor de Borom Sarret acredita, que quando mostramos ao espectador apenas as mulheres de uma tribo engordando, as das sociedades urbanas emagrecendo, não estamos ensinando nada, porque é uma coleta limitada e pobre, então para quem assiste, não há significado algum, podem achar o filme bonito ou feio, interessante ou chato, mas não aprendem nada.
Jean Rouch não apresentava o cinema verdade assim por preconceito ou subestimação das outras culturas, mas por acreditar que estava indo além de estereótipos, que estava testemunhando a maneira espontânea das sociedades, levando ao