faculdade
Massaud Moisés
Editora Cultrix, 29a edição. São Paulo.
Realismo
Preliminares
A época do Realismo em Portugal inicia-se em 1865, com a “Questão Coimbrã”, deflagrada pelo posfácio de Castilho ao Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, no qual proclamava acerbas resticoes aos estudantes de Coimbra adeptos da Ideia Nova. E esmorece por volta de 1890, quando Eugenio de Castro, publicando Oaristos, desencadeia o aparecimento da estética simbolista. Numa visão obstou que o ideário realista permanecesse atuante pelo menos até 1915. Durante o seu fastígio, o Realismo em Portugal deu origem à única geração literária que merece este nome além-Atlantico. E afora única, notabilizou-se por reunir uma plêiade de homens superiores e talentosos como jamais houve antes ou depois na historia da Literatura Portuguesa. Em qualquer das direções seguidas pela atividade literária na época realista (a poesia, a prosa de ficcao, o jornalismo doutrinário, a historiografia, a critica e a historiografia literária) é possível encontrar estrelas de primeira grandeza.
A Poesia
Na época do Realismo, quatro são as configurações assumidas pela poesia: 1) a poesia “realista, identificada com os ideias revolucionários preconizados pela geração de 70, e representada por Guerra Junqueiro, Gomes Leal, Antero de Quental, Teófilo Braga, e outros; 2) a poesia do cotidiano, que trouxe à baila temas até então tachados de não-poéticos, representada por Cesário Verde; 3) a poesia metafisica, representada por Antero e, ocasionalmente, por Gomes Leal e Guerra Junqueiro; 4) a poesia de veleidades parnasianas que, sem construir tendência filiada ao Parnasianismo francês, realisava uma poesia entre formalista e lírica ou satírica, representada por Joao Penha, Antonio Feijó, Guilherme de Azevedo, Guilherme Braga, e outros.
A Prosa de Ficção
Durante o apogeu do Realismo em Portugal, cultivaram-se o romance e o conto. O primeiro, que podia ser realista ou