exploradores de caverna
O Estado se omitiu. Não deu assistência psicológica aos espeleólogos no momento em que perguntaram sobre a moralidade do que pretendiam fazer.
Apesar de conhecerem as regras de convívio social, todas as noções de direito tinham sido afogadas por todo sofrimento já vivido.
Quando uma pessoa está com seus sentidos e seu psicológico alterado, pode até mover-se entre o direito positivo e natural, mas não faz isso de forma consciente.
Não se pode culpar uma pessoa por ter lutado por sua sobrevivência. Diz Darwin que a alimentação é essencial à perpetuação da vida, eles só estavam seguindo esse preceito.
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar. Eles estavam lutando contra o perigo iminente da morte, e esse perigo não foi por eles provocado, nem tiveram como evitar. Todos foram vítimas do destino.
Não existia outra forma de sobreviver na caverna onde estavam. Não tinham como cortar um membro de alguém e mesmo que o fizessem essa pessoa morreria de hemorragia.
A lei deve ser mais que puramente aplicada, nesse caso deve também ser interpretada. A mesma não deve ser considerada como uma emanação divina, já que o legislador é um homem que as cria de acordo com o que é normal ocorrer, considerando assim que essa lei não deve ser seguida tão retamente nesse caso.
Não faz sentido que o tribunal condene à morte essas quatro pessoas, levando em consideração todo o esforço que foi feito para salvá-las . Condenar esses homens a forca seria a mesma coisa que dizer que a morte dos dez operários que tentavam o resgate e a morte do próprio Roger foi em vão.
Todas as vidas têm a mesma importância, mas deve ser levado em consideração que é uma situação um pouco menos frustrante chegar à caverna e encontrar quatro homens vivos e um morto do que encontrar todos mortos por inanição.
A defesa considera improvável que alguém nesse tribunal possa imaginar