Exercitando o uso dos artigos
A- Lê o poema com atenção, observando o efeito da presença ou da ausência de artigos, e responde às questões:
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar… as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
(Carlos Drummond de Andrade. Reunião. 10. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980. p. 17.)
1. O poema está organizado em três estrofes. Observe o emprego dos artigos em cada uma delas.
a) Na primeira estrofe não foram empregados artigos. Você acha que, como consequência, os substantivos dessa estrofe são particularizados ou generalizados?
b) Que tipo de artigo foi empregado na segunda estrofe? O que ocorreu com os substantivos que estão acompanhados por esse tipo de artigo?
2. Nessa “cidadezinha qualquer” do interior, tudo é muito parado e parece não haver muita coisa para fazer. Na última estrofe, lê-se: “as janelas olham”.
a) Naturalmente, as janelas não têm a capacidade de olhar. Na sua opinião, quem estaria olhando o movimento da cidade?
b) De acordo com essa estrofe, o que parece ser uma das principais distrações das pessoas da cidade?
c) Que tipo de artigo o autor empregou para acompanhar o substantivo janelas?
d) Por que o poeta teria empregado esse tipo de artigo apenas para acompanhar a palavra janelas?
3. Nesse poema, o emprego dos artigos sugere uma forma especial de olhar a cidade. A sequência em que os artigos aparecem no texto sugere uma gradação, que pode ser esquematizada assim:
falta de artigo ➝ artigos indefinidos ➝ artigo definido
* Essa gradação vai do particular para o geral, ou do geral para o particular?
4. O poema se chama “Cidadezinha qualquer”. Vamos suprimir a palavra qualquer e acrescentar artigos. Veja:
a cidadezinha (artigo definido) uma cidadezinha (artigo indefinido)
* Em qual dessas construções o sentido se aproxima mais do