Evolu Ao Da Coopera Ao
Projeto de Iniciação Científica 2010-2011
Leonardo Casarsa de Azevedo (aluno) e Renato Vicente (orientador)
As sociedades humanas apresentam a socialidade como sua característica distintiva [1,2]. Há evidência de que um aparato cognitivo promotor de cooperação tenha emergido [3,4]. Na síntese moderna da teoria de evolução por seleção natural entende-se que genes subjacentes a caracteres cooperativos têm que ser diretamente beneficiados de forma desproporcional para que sua frequência aumente em uma dada população [5]. A cooperação, no entanto, envolve interações que beneficiam o receptor e reduzem o benefício do doador, o que parece contrastar com o caráter fundamentalmente egoísta da seleção de genes. A literatura descreve uma série de mecanismos para promoção de cooperação através de seleção natural [6]. A seleção por parentesco e de grupo parecem ser ingredientes capazes de explicar a cooperação observada em insetos sociais [7], no entanto, as sociedades humanas apresentam cooperação que se estende a indivíduos sem relação de parentesco em grau incompatível com estes mecanismos atuando isoladamente.
A coordenação observada na alocação de recursos em sociedades humanas é problema central em Economia. Esta coordenação tem que ser explicada em termos de decisões individuais. Adam Smith propôs em seu Wealth of Nations que este grau de coordenação poderia, em muitos casos, ser atingido a partir da agregação de decisões de indivíduos totalmente egoístas, totalmente racionais e com impacto
individual
desprezível.
Essa
proposta
de
Smith
recebeu
formalização no século 20 com os trabalhos de Arrow, Debreu e McKenzie [8].
1
Há uma série de situações sociais, no entanto, nas quais a coordenação de indivíduos totalmente egoístas falha [9]. Estas situações são coletivamente conhecidas como dilemas sociais.
Nos dilemas sociais a solução ótima agregada difere daquela de maior benefício individual. A maximização do benefício individual