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Anexo, em anexo ou no anexo? É só escolher

“Olá, Sérgio. Tenho notado divergências no ensino do uso da palavra ou expressão ‘segue em anexo’. Uns dizem não estar errado, outros já condenam e dizem ser ‘anexo(s) ou anexa(s)’. Isso pode ser uma questão de preferência? E outra: posso usar também ‘segue no anexo’? Num e-mail posso usar qualquer uma dessas formas?” (Samuel Santalucia)
Samuel pode usar todas as formas acima. Do ponto de vista gramatical, não há nada errado com nenhuma delas. No entanto, se optar por “em anexo” ou “no anexo”, deve estar preparado para enfrentar uma renitente – e, como na maioria das vezes, equivocada – patrulha gramatical. Para tanto, convém estar munido dos argumentos abaixo.
Conselheiros gramaticais influentes, como Napoleão Mendes de Almeida e Domingos Paschoal Cegalla, condenaram “em anexo” com a alegação de que “anexo” é apenas adjetivo, o que torna “um francesismo” seu emprego adverbial em “espúrias locuções como ‘em absoluto’, ‘em definitivo’, ‘em suspenso’, ‘em anexo’, ‘em aberto’” (Dicionário de Questões Vernáculas, de Mendes de Almeida).
Seria possível rebater tal alegação com base apenas em seu caráter purista, há muito atropelado pela dinâmica da língua: influência francesa, e daí? Mas não será preciso lançar mão dessa carta. É curioso ter escapado àqueles estudiosos que “anexo” não é apenas adjetivo, mas também – pelo menos desde 1378, segundo o Houaiss – um substantivo que tem o sentido de “aquilo que se anexou; aditamento, apenso, suplemento”.
Ou seja: basta interpretar “em anexo” e “no anexo” como construções formadas por preposição + substantivo para que elas se revelem tão inatacáveis quanto “em campo”, “no envelope”, “em casa” ou “na gaveta” – que de francesas não têm nada, claro. Entre as duas, soa mais natural a forma com artigo (“no anexo”), mas a opção “em anexo” também é aceitável, como seria “em arquivo à parte”, por exemplo.
Sim, é verdade que “anexo” pode ser também um adjetivo. Isso faz com que seja

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