Eucaro

TRÉPLICA
*CITA-SE O FILME “ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA*
[...] Aos poucos, todos acabam cegos e reduzidos a meros seres lutando por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. A medida que os afetados pela epidemia são colocados em quarentena e os serviços do Estado começam a falhar. [...]
Para quem analisa o fato externamente é simples alegar que os homens presos à caverna cometeram uma conduta monstruosa, causadora de arrepios. Entretanto, não foi tênue a sobrevivência, deixando à eles uma experiência traumática, resultante do drástico ocorrido.
Cabe aqui relembrar a omissão do Estado, pois quando Whetmore requisitou a opinião do mesmo, NINGUÉM se manifestou, deixando aos escavadores a opção de decidir por si próprios o destino de suas vidas.
Os homens aqui acusados de homicídio jamais apresentaram perigo ao convívio social, eram homens comuns respeitadores das leis e não tinham a intenção de contrariar o dispositivo legal e muito menos os princípios postos do Direito quando praticaram tal fato.
O autor ainda descreve: “após o resgate dos acusados e depois de terem permanecido algum tempo em um hospital onde foram submetidos a um tratamento para desnutrição e choque emocional”. Ora, estando eles sob forte tensão, choque emocional, passando por momentos de grandes e indescritíveis dificuldades, é aceitável a condição precária de raciocínio. Diante das condições mínimas de sobrevivência, os exploradores encontravam-se momentaneamente irresponsáveis por seus atos.
O Direito é passível de erros, porque é dirigido e manipulado por homens, estes que condenam outros homens, por tentarem sobreviver às leis da