Etnologia afroamericana
O Haiti foi tomado como exemplo principal, tendo em vista sua proximidade com os outros países da América Espanhola e suas similaridades: plantation, regime escravocrata e monarquia absolutista. Das três revoluções seus resultados foram os mais radicais: a derrubada da escravidão e consequentemente a da agricultura de plantation.
Os movimentos de independência se originaram, na maior parte, nas periferias, lugares onde havia mais mestiços e mulatos livres do que escravos propriamente ditos. Entretanto estas guerras civis colocaram a escravidão colonial em cheque “desferindo um golpe fatal contra a constituição, e assim como no Haiti, esse golpe foi desferido pelos próprios escravos”, que não só ajudaram a conquistar a independência de seus países mas lutaram por sua própria liberdade, lançando talvez a primeira onda de reforma social da história latino-americana.
Alguns líderes reconheciam que havia contradições entre a abolição da escravidão e a independência nacional. Em nenhuma parte da América Latina se encontrava movimentos bem organizados contra a escravidão; as forças favoráveis eram bem melhor esquematizadas.
A guerra fortaleceu a possibilidade do escravo de negociar com seu senhor: primeiro, porque reduzia o controle sobre os escravos, o que facilitava nas fugas. Segundo, possibilitou que escravos do sexo masculino conseguissem sua liberdade por meio do serviço militar, e por último o preço destes escravos no exército foi a aprovação de programas de emancipação gradual (Lei dos Sexagenários