Etiopia e libéria
Motivos do Conflito * As disputas em torno da região da fronteira central, o Ogaden, entre ambos os países remontam a 1948, ainda era a Somália uma colónia italiana. A ideia de se criar uma Grande Somália era recorrente então, pois no Ogaden a maioria da população é ainda hoje somali. Sem resultados, as tensões de 1948 repetir-se-iam depois entre 1960 e 1964, já com a Somália independente e unificada. Em 1977-78 o conflito agudizou-se, naquela que foi designada a Guerra do Ogaden e que deixou marcas profundas nas relações entre os dois países. A tensão foi sempre crescendo, incendiada pela divisão do povo somali pela fronteira comum e por tradições e culturas, que apesar de comuns, não conseguiram nunca abafar as divisões étnico-religiosas.
Na década de 80 os recontros fronteiriços sucederam-se, registando-se mesmo, em 1996 e entre 1998 e 2000, o cruzar da fronteira por tropas etíopes, durante a anarquia somali sob o domínio dos chamados "senhores da guerra" na Somália. * Entre os conflitos regionais seculares, nos quais, hoje, guerrilhas são freqüentes, destaca-se a questão da Eritréia. A Eritréia é uma pequena faixa de terras litorâneas no nordeste da Etiópia, às margens do Mar Vermelho. Em diferentes períodos históricos foi anexada e desmembrada por sucessivos movimentos políticos. Em 1960, o imperador etíope Haile Selassie, sucessor de Menelik II, conseguiu reintegrá-la ao território temporariamente. O domínio caiu mas foi recuperado pelo governo militar que substituiu Selassie e converteu o país em Estado Socialista. A importância da Eritréia reside no fato daquela área ser a única "porta para o mar" possível para a Etiópia. Atualmente, o problema continua. O governo etíope foi contestado ativamente pela Frente Popular Marxista de Libertação da Eritréia, organização nacionalista, militar e política. A Eritréia tornou-se um país independente da Etiópia em 1993. Entretanto, na região de Ogaden, somalis ainda reivindicam autonomia.