etica
Tentarei indicar alguns elementos, apenas alguns, de um princípio universal de toda ética, em especial das éticas, em especial das éticas críticas: o princípio da obrigação de produzir, reproduzir e desenvolver a vida humana concreta de cada sujeito ético em comunidade. Este princípio tem a prentensão de universalidade. Realiza-se através das culturas, motivando-as por dentro, assim como aos valores ou às diversas maneiras de cumprir a “vida boa”, a felicidade, etc. Mas todas esas instâncias nunca são o princípio universal da vida humana. O princípio penetra todas elas, incitando-as à sua auto-realização. As culturas, por exemplo são modos particulares de vida, modos movidos pelo princípio universal da vida humana de cada sujeito em comunidade, a partir de dentro. Toda norma, ação, microestrutura, instituição ou etidade cultural têm sempre e necessariamente como conteúdo último algum momento da produção, reprodução e desenvolvimento da vida humana em concreto. O ato-limite, o suicídio, que poderia parecer já não ter por conteúdo a própria vida, não é absolutamente uma exceção. O suicida, em primeiro lugar, não poderá fundamentar eticamente sua autonegação absoluta; também não poderá fundar sobre o suicídio uma ação ética posterior ou uma ordem social, já que se nega como o sujeito de toda ação posterior. Porém mais ainda, se cansado, desmotivado ou sofrendo “deu um fim à própria vida”, sempre a supõe, já que exatamente porque sua vida concreta perdeu o sentido é que tenta