Etica

Aristóteles: ética da imanência

A ética e a política formam as bases para explicação do comportamento das pessoas e da sociedade, tendo como ponto central a racionalidade da ética, o qual visa harmonizar os impulsos biológicos, instintivos e sensitivos sob orientação da razão. Para Aristóteles a ética está em quatro eixos, conforme os quais ela é natural, finalista, racional e heterônoma. Em síntese, as idéias sustentadas nesses eixos estão em relação à aplicação da ética ao homem e à relação deste com a natureza e a sociedade. Ao dizer que ela é natural, quer no fundo mostrar que sendo o homem matéria como os demais seres, portanto imanente, ela desempenha também uma função metafísica. Clareia a idéia as relações de ato e potência, que expressam a dialética do movimento do homem com a natureza, do seu constante vir a ser. A ética, nesse caso, está na orientação para a liberdade.
Por essa liberdade decorrente de uma causa final, a qual é no homem, sua realização como ser ético, nasce daí a ética como orientação da liberdade tendo como finalidade a felicidade numa sociedade justa. Aristóteles afirma que em todas as suas ações o homem visa alcançar alguma finalidade, alcançar um bem. Num contexto hierárquico de bens e fins tem-se um bem supremo sendo este a felicidade, esta deve ser uma função da alma, só desse modo será buscada pelo uso da razão, como faculdade própria dos homens, com princípios éticos. No entanto, à felicidade Aristóteles recomenda não apenas princípios interiores, mas também bens exteriores, como a amizade. A racionalidade da ética é a sua dimensão que ajuda a controlar os instintos humanos, mesmo assim não podendo aniquilá-los ou suprimi-los, portanto, as virtudes éticas nada mais são que a educação do instinto, da sensibilidade e das paixões sob a luz do intelecto. Sabedoria e prudência são virtudes intelectivas que agem sobre os instintos humanos. Pela primeira, o intelecto humano governa as tendências da sensibilidade e do instinto. Pela